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terça-feira, 20 de novembro de 2007

A PRINCESA NEGRA DA DISNEY


O filme (A Princesa e o Sapo), The Princess and the Frog, que foi anunciado no início deste ano pelos estúdios Disney, continua em fase de produção e tem seu lançamento previsto apenas para dezembro de 2009. Uma animação que apresentará a primeira heroína negra da Disney Feature Animation.

A Princesa e o Sapo será mais um conto de fadas americano estrelado pela personagem Tiana, uma menina de aproximadamente 19 anos de idade, dona de uma personalidade forte e que vive no bairro de Nova Orleans, EUA. Um musical que contará com a trilha sonora assinada pelo compositor Randy Newman e que, apesar de não ter sido divulgado grandes detalhes sobre esse projeto, sabe-se que a ação da trama acontece por volta de 1920, em pleno apogeu da cultura Jazz, e que terá como fada madrinha uma sacerdotisa voodoo, de nome Mama Odie.

Ainda faltam pouco mais de dois anos para o efetivo lançamento desta produção, porém o que se sabe, até o momento, é que Tiana se juntará as oito outras “personagens princesas” que já geraram mais de 3 bilhões de dólares em vendas globais no varejo para a Disney, desde 1999. A primeira heroína étnica (não branca) desenvolvida pela companhia surgiu no filme Aladim, em 1992. Era a personagem Jasmine que representava o Oriente Médio. Três anos depois foi a vez da princesa indígena americana Pocahontas. E em 1998, nasceu a protagonista chinesa Mulan.

A Princesa e o Sapo surge como uma homenagem aos povos negros e à cidade de Nova Orleans, que tenta se recuperar da devastação ocasionada pela inundação trazida pelo furacão Katrina. A bandeira Disney Princesses, ainda conta com outras “protagonistas princesas da animação” são elas: Cinderella, A Bela Adormecida, Branca de Neve, A Bela (de A Bela e a Fera) e A Pequena Sereia.

A atriz Anika Noni Rose que participou do filme DREAMGIRLS: EM BUSCA DE UM SONHO, atuando ao lado de Beyoncé Knowles e Jennifer Hudson, através de sua voz, dará vida a personagem Tiana. Posto garantido após disputada competição entre Tyra Banks, Jennifer Hudson e Alicia Keys.

Uma série de fatores tem garantido polêmicas sobre questões que envolvem essa animação. O nome da personagem principal, por exemplo, que inicialmente foi divulgado como “Maddy”, teve que ser substituído por soar como “Mammy” (modo com as escravas eram tratadas no sul americano) ou “Addy” (que supostamente era um nome escravo); outro ponto refere-se ao início do filme, onde Tiana começa trabalhando como a empregada de Charlotte, uma rica, branca e mimada debutante do sul, circunstâncias que alguns especialistas em direitos humanos consideraram fator discriminatório e que apresentava resquícios de escravidão. O título original do filme The Frog Princess (A Princesa Sapo) também foi alterado e o novo tem sido interpretado por algumas organizações como um insulto à França, ou ao mínimo uma alfinetada na realeza daquele país.

Para tais “acusações”, o departamento de publicidade dos estúdios Disney se manifestou tentando dar um fim aos rumores de que o filme seria politicamente incorreto. A posição foi dizer que nenhuma das informações liberadas até agora foram oficiais. Oficiais ou não, toda ousadia sempre causa polêmica, E DISSO TODOS NÓS SABEMOS. Mas o interessante, é que ainda que demore mais dois anos, e por mais que o filme não atinja recordes de audiência e limite-se ao gosto ilhado de um público que entende o valor dessas ações, mais um passo foi dado e serve de fator estimulante nesta data reservada a homenagens ao Dia da Consciência Negra.

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