"O mundo do faz de conta lado a lado com a realidade"

quarta-feira, 25 de julho de 2007

HOLOCAUSTO LITERÁRIO II

Em outro momento, o mais célebre acervo da antiguidade, a Biblioteca de Alexandrina, situada na cidade egípcia de mesmo nome, abrigou um repertório de mais de 700 mil rolos de papiros, os quais sofreram sucessivos ataques de guerra, possivelmente de cunho religioso;

Os religiosos copistas tiveram grande contribuição durante o período da Santa Inquisição, porém a destruição de livros e o trabalho de censura promovido por esse movimento ideológico superaram qualquer relevância positiva, até então percebida;

Já o Nazismo de Hitler praticou um terrível holocausto literário, juntamente com os crematórios a céu aberto administrados durante a 2ª Guerra Mundial. Publicações de autores judeus, comunistas e os contrários ao nacionalismo alemão foram incineradas como um ato de propaganda nazista;

Aqui no Brasil, Jorge Amado também foi vítima do extermínio em massa de obras literárias. Centenas de exemplares de “Dona Flor e seus dois Maridos” e “Capitães da Areia” foram cruelmente queimados em praça pública, por ordem expressa do ditador Getúlio Vargas, em plena vigência do Estado Novo;

E em uma de suas últimas especulações, Báez mostra que museus, bibliotecas e sítios arqueológicos terminaram devastados depois da invasão americana no Iraque, em 2003. Obras suméricas de cinco milênios foram roubadas do Museu Arqueológico de Bagdá, por saqueadores iraquianos como resposta contrária às ideologias de Saddam Hussein.

Em resumo, "a intolerância, a omissão de autoridades e a sede de poder" abasteceram, seguramente, o arrasamento de bibliotecas importantíssimas relatadas por Fernando Báez, que vêm com seu estudo oportuno contribuir para a difusão da leitura e da escrita e servir de parâmetro para pesquisas acadêmicas e culturais em frente a triste História Universal da Destruição dos livros.

Fonte: José Luiz Foureaux de Souza Junior
Professor de Literatura Luso-Brasileira da
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)

3 comentários:

Marcos Bonilha disse...

Perfeito Cláudio!
Ótimo post. Agora pergunto: Nos dias de hoje, principalmente no Brasil, você acha que o povo liga muito se queimarem livros?
Só se forem dos Paulos Coelho, Harrys Potter e Dans Browns da vida.
Triste, mas é a realidade.

Cláudio disse...

É lamentável mesmo, Marcos. Concordo perfeitamente contigo. Essa é apenas uma contribuição para que esse cenário se renove.
O povo brasileiro negligencia a cultura a si mesmo. A própria história do Brasil se perde diante das mediucres notícias que ganham espaço na atualidade.
Mesmo assim, acredito que estamos aqui para mudar ou pelo menos tentar essa mudança, com nossos comentários e atitudes multiplicadoras.

Abraços!!!

Marcos Bonilha disse...

Cláudio, depois dá uma olhada lá no blog e vê se está tudo certinho. Se tiver algo errado, me avise para mudar.
Abraços