"O mundo do faz de conta lado a lado com a realidade"

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

:: A BÍBLIA E OS CONTOS DE FADAS

De acordo com fontes referenciais que tem servido de base para o desenvolvimento do meu projeto acadêmico que, previsivelmente, abordará a influência dos Contos de Fadas nos meios de comunicação”, apresento aqui, a ligação da literatura infantil com as histórias do Velho Testamento, que se apresentavam como um fator quase que exclusivo para responder angustiantes fragilidades morais e pessoais da humanidade.

Por quase toda a existência humana as histórias da Bíblia, os Mitos e os Contos de Fadas sempre fizeram parte da literatura que se comprometia a edificar a essência crítica de crianças, jovens e dos adultos. Muitas narrativas das escrituras sagradas podem ser reconhecidas com fácil semelhança nos contos de fadas. Pinóquio, por exemplo, do escritor italiano Carlo Collodi, faz uma analogia ao conto de Jonas e a Baleia, (passagem bíblica que consta no livro de Jonas), onde um profeta hebreu luta, constantemente, para fugir das exigências de sua consciência (o superego) e contraria o que havia sido determinado por Deus.

ilustração: Galvão

Nesse conto, o “Senhor” recomenda que Jonas pregue contra a maldade do povo da cidade de Nínive (oriente), mas o profeta tentando se livrar da responsabilidade que Deus colocou em seu caminho, opta pela fuga. A prova que testa sua fibra moral, é como em tantas outras narrativas de fadas, uma viagem perigosa onde ele terá que superar questões internas e morais sobre o que acredita e o que vem como determinação divina.

A viagem de Jonas por um mar em fúria o coloca no estômago de um imenso peixe, semelhante como ocorre na história original de Collodi, e que tinha o propósito de transformá-lo num homem melhor. Segue o trecho da fábula: “... Mas surge o gigantesco Tubarão, o “Atila dos Peixes”, e o boneco é engolido. Na escuridão da barriga monstruosa, uma voz grossa dialoga com ele...”.

É nessa situação de extremo perigo que os personagens de ambos os contos, percebem suas moralidades mais elevadas e se redimem, estando dispostos a enfrentar as exigências rigorosas, de seu deus supremo (em Jonas) e da consciência (em Pinóquio). Porém, essa “renovação interior” não se apresenta de forma suficientemente considerável a ponto de que Jonas evite escapar de tarefas árduas, e nem que deixe de desejar a destruição da cidade perdida dos temidos e odiados assírios.

Ao lado Jonas e a Baleia por Gustavo Doré


Jonas e a Baleia trata da desobediência cega, aquela que chega a renegar a sabedoria divinal (representada como a consciência, na história de Pinóquio, exposta na figura de O Grilo Falante) e de julgar todo um povo de acordo com a estrutura regida por princípios individuais. O resultado de tudo isso: castigo soberano. A composição da narrativa de Pinóquio também segue por esse viés, apresentando um personagem como todos nós, que erra, sofre e se redime para chegar a ser gente.

Em geral, o que se percebe na comparação dessas duas armações narrativas, é que as histórias bíblicas sugerem essencialmente uma única solução para os impulsos condenáveis pela humanidade. Enquanto que os “Contos de Fadas” permitem, através de uma satisfação fantasiosa, resolver as ansiedades existenciais e mostram que os caminhos a serem percorridos são individualizados e atribuídos unicamente a quem os assimila. O texto original de Pinóquio é, por si só, uma grande experiência rica em detalhes, que permite inúmeras leituras por públicos de diferentes idades. Deve ser por isso, que a trama do boneco de madeira ultrapassou as fronteiras da Itália, de onde surgiu em 1881, e se tornou um patrimônio universal da instigante literatura infantil.

Fonte: Wickipédia, Bíblia de estudos Plenitude – revista e atualizada por João Ferreira de Almeida

5 comentários:

Lorreine Beatrice disse...

Bem interessante a analogia, Cláudio. Conhecia ambas as histórias, mas nunca havia parado para analisar tais semelhanças no enredo.

Cláudio disse...

Legal!

A idéia partiu de algumas pessoas da religião evangélica que me deram o toque.

Gostei da idéia e fui atrás desse tema bem interessante. Dizem que existem muitas outras histórias com semelhança aos contos de fadas. Eu já estou pesquisando!

Abraços!!!

Rodrigues disse...

Na Bíblia, a terra é o centro do universo. Galileu quase virou churrasco por provar que não é isso.

Na Bíblia, homem e animais foram criados na mesma época. Há 500 milhores de anos já existiam dinossauros. o Homem surgiu ha pouco mais de 30 mil anos.

Acreditar literalemnte na Bíblia e Menosprezar a inteligência da gente.

Unknown disse...

A Bela e a fera, esta estória da literatura infantil, penso ter uma versão Europeia da história biblica de Jefte ! O voto que ele fez , que culminou na tragédia do holocausto da sua filha ! Uma alusão à filha que vai cumprir uma promessa do seu pai com a fera !

Vera Lucia Cesar disse...

A Bíblia diz que a terra é centro do universo?

Não, a Bíblia não diz que a terra é o centro do universo. A Bíblia não é um livro científico, ela usa muita linguagem simbólica. Os poucos fenômenos científicos de que a Bíblia fala servem apenas para ilustrar verdades maiores sobre Deus, não pretendem ser descrições exatas e completas desses fenômenos. A Bíblia assume que o leitor consegue fazer a distinção entre linguagem figurativa e linguagem literal.

Gênesis 1:14-18 conta que Deus criou o sol, a lua e as estrelas mas não diz que giram todos à volta da terra. Apenas diz que estão no céu. Esse céu é o espaço, não nossa atmosfera.



Para provar que a Bíblia diz que a terra é o centro do universo, algumas pessoas utilizam certas passagens fora de contexto:

Salmos 93:1 diz que a terra está firme e não se abala – essa expressão é usada muitas vezes na Bíblia para ilustrar o poder e a provisão de Deus. Deus protege a terra da destruição. Noutras passagens, a terra sendo abalada refere-se a terremotos, não ao movimento natural de rotação da terra.
Eclesiastes 1:5 diz que o sol se move no céu – o texto fala da nossa perspetiva cá na terra. O que nós vemos parece ser o sol a mover. Tal como não tomamos a expressão “nascer do sol” literalmente como o nascimento do bebê sol, também não devemos levar esse texto como uma afirmação científica.
Devemos sempre ter cuidado com a interpretação científica da Bíblia. O objetivo da Bíblia não é ser um manual de ciências mas um livro sobre Deus e Sua relação conosco. Ela fala sobre coisas naturais que todos podem observar mas sempre apontando para Deus.