segunda-feira, 11 de junho de 2007
CONTOS COLORIDOS
Neste final de semana, a Avenida Paulista se agitou no embalo da 11ª Parada Internacional do Orgulho Gay, manifestação que já faz parte do calendário oficial da cidade de São Paulo e que, a cada edição, conquista novos simpatizantes ao movimento GLBTT. Pegando carona nesse assunto, o Mundo Fabuloso foi saber o que anda se falando a respeito de diversidade sexual na literatura infantil, e deixa uma enquete para descobrir como o jovem brasileiro encara esse polêmico passo dos contos para criança.
Nos últimos anos, concursos literários, desenhos e livros com temáticas pró-homossexuais tem surgido, constantemente, nas prateleiras de livrarias internacionais. Aqui no Brasil, ainda são poucas as publicações sobre esse tema no universo infantil, porém, as editoras nacionais já estão de olho nesse seguimento, bem como o Ministério da Educação que, há alguns anos, inclui no pacote literário da rede pública, o livro “Menino ama menino” da escritora, Marilene Godinho. No entanto, apesar da tentativa ousada de implantar os livrinhos polêmicos no currículo educacional brasileiro, a população em geral ainda receia sobre as conseqüências dessa metodologia no sistema de educação.
Falar sobre sexo já é difícil, agora imagine evidenciar estruturas familiares alternativas para a molecada. Aí é que a discussão pega fogo entre pais, alunos e professores. Mesmo assim, tem sido cada vez maior o desenvolvimento de produções com personagens homossexuais em toda a América do Norte e Europa. Um exemplo disso, é o livro americano “And Tango Makes three” (“Com Tango, somos três”), de 2005, que já ultrapassa a marca de 15.000 exemplares vendidos, garantidos por seu enredo costurado com bom humor e leveza.
Outras opções são: “King & King” da autora holandesa Linda de Haan, “the Sissy Duckling” (O patinho Afeminado) de Harvey Fierstein, e “Mom and Mom are getting Married!”, cuja narrativa gira em torno da festa de casamento de duas mulheres.
Baseado na temática “diversidade literária”, aconteceu no espaço Itaú Cultural, entre os dias 6 e 9 de junho, a 2ª edição do projeto Encontros de Interrogação comandado pela prof. Regina Dalcastagné, do Departamento de Teoria Literária e Literaturas da Universidade de Brasília, que teve como proposta o questionamento de "valores e sentidos da literatura" na produção contemporânea brasileira. Focando, em especial, a quase que excludente participação de tipos de menor expressão na literatura nacional.
Diante dos caminhos que esse segmento tem percorrido, é impossível vendar os olhos e ignorar uma realidade que, volta e meia, vem à tona em nosso contexto social. Esconder ou simplesmente não discutir temas baseados em diferenças sexuais, só aumenta dúvidas e incertezas e alimenta cada vez mais a incompreensão de quem não está aberto para discutir essa intrigante ocorrência cultural.
Mas será que contos de fadas precisam mesmo levantar bandeiras?
Manifestem-se!
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2 comentários:
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Cláudio, que questão interessante essa que vc levantou. Podia até ser tema de Reality Blog (rsrsrsrs). Estive sem tempo de passar aqui antes para comentar. É lógico que a literatura não deve prestar contas a nenhuma causa. Mas, por outro lado, acredito que nos ajuda a entender - e sentir - nosso tempo e nossas vidas, além de refinar sensibilidades e estimular o imaginário. Não é pouca coisa, não é? Olha só a sua responsabilidade como escritor, rapaz!
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