por Cláudio Brasil
Todo dia tem “uma pá de gente nova” conhecendo o Mundo Fabuloso através de pesquisas, indicações ou mesmo caindo de para-quedas pelo nosso URL. E um fato impressionante que foi observado, é que: como ainda existe quem olhe para o nosso blog com ares duvidosos e contrariados sobre essa temática “fantasia”.
Diante da rejeição da galera que não entende a nossa pioneira proposta, o que me alivia é saber que isso não acontece só com “MUNDO”, não. A veterana (com todo respeito) Marina Colasanti bem sabe do que estou falando e se tivesse desistido ao menor sinal de negação da audiência, não teria se tornado a respeitável profissional que é.
“Quando me perguntam o que escrevo, e digo que escrevo contos de fadas, você precisa ver a cara de desapontamento que as pessoas costumam fazer. Os contos de fadas não são só para crianças. Eles também podem ser lidos por crianças, mas são para todo mundo.”
A gente vive constantemente sendo repreendido e bombardeado por conceitos negativos a respeito de nossas insólitas viagens a TERRA DA IMAGINAÇÃO. E a frase em destaque que abre essa postagem sobre o perfil de Marina Colasanti mostra bem isso.
Parece que falar sobre Contos de Fadas é meio que depreciativo e que deixa as pessoas à margem da falta de credibilidade. Quando na verdade não é nada disso. (Eu também sei falar sobre Economia; Futebol; a preocupação com a camada de ozônio; e a última polêmica causada pelo Radiohead). O lance é que esse blog é segmentado mesmo. E se baseia naquela história de se oxigenar com O MAIS DO MESMO, entende?
Pois é, mas como essa é uma longa história e cada um tem o direito de absorver o que bem quiser por esse mundo afora, separei um pouco das idéias dessa figura que defende com unhas e dentes o lance da “magia nos meios de comunicação”, a escritora multifacetaria Marina Colasanti.
Eu sozinha foi seu primeiro livro publicado em 1968, mas além dele, a autora mantem em seu repertório mais de quarenta publicações lançadas no Brasil e no exterior, entre elas crônicas, contos, poemas, histórias infantis, ensaios e traduções.
Marina Colasanti reafirma em suas entrevistas que a imaginação não deve ser tratada como coisa somente de crianças. Que falar sozinho não deveria ser encarado como característica de maluco, e que viver com a cabeça no “mundo da lua” poderia ser tratado como um exercício primordial para o desenvolvimento da criatividade.
Para o meio publicitário, por exemplo, ser criativo requer estar atento a todas as coisas que nos cerca. Uma ação que abastece nossa imaginação e garante releituras aceitáveis em nosso concorrido mercado da persuasão.
“Para escrever contos de fadas não posso ter nenhuma interferência da razão... eu preciso realmente fazer um exercício de introspecção, eu preciso me concentrar neles, preciso mergulhar naquela atmosfera...” – revela a autora.
Marina conta que ao desenvolver seus contos, o escritor precisa se deslumbrar com o que acontece em suas histórias. Ela afirma que ele tem que ser a primeira pessoa a se surpreender com o texto que aparece. Porque, se ficar tentando investigar essas coisas, tentar racionalizar tudo, o conto realmente esfria.
“Medo eu tive dos coelhos vestidos de negro que iam buscar Pinóquio para a morte, em seu leito de doente. Medo senti perdida na floresta com João e Maria, trancada com eles na jaula onde a velha bruxa vinha apalpar-nos para ver se engordávamos. Que leitor não teve medo com as crianças de Dickens tão constantemente ameaçadas? Quem não estremeceu de pavor de Frankenstein? E que medo maravilhoso e inesquecível tive adiante, lendo Poe, a cabeça que rolava, perdida na aposta contra o Diabo, o coração que batia enterrado debaixo do assoalho. Em cada escada mais sombria, em cada corredor escuro, atrás de portas e cortinados, personagens e histórias me espreitavam. Mas como eu gostava deles! E quando fui jovem adulta, e a vida me ofereceu seus medos tantos, seus graves arrepios, não me encontrou principiante. O mundo interior já havia estabelecido sua relação com o mundo da realidade, o diálogo era possível.”
Se você tiver tempo e quiser saber muito mais sobre o que pensa essa excelente escritora, confira a entrevista NO AVESSO DOS ESPELHOS, que já foi publicado a algum tempo, porém que continua atual e respondendo questões bem interessantes sobre literatura.
Então... continue com a gente!
Até mais!
5 comentários:
Lembro quando apresentei meu tcc (sobre as pluralidades dos contos de fadas na linguagem publicitária), a banca comentou que um tema aparentemente infantil pode ser tratado com maturidade acadêmica e científica.
A história da Marina ilustra muito bem isso.
Valeu, Cláudio!
Já li Marina Colasanti! E advinha? Adorei! Ela realmente é mto boa!
Li " O Leopardo é um animal delicado " um livro de contos q indico pra qm curte essa modalidade! Mto bom msm!
Eu sou uma aluna do colegio Stella Matutina do 9°ano nesse trimestre estamos lendo um dos contos de Marina Colassante e queriamos entrar em contato com ela ela tem um email que eu possa conseguir me corresponder com ela? Gostaria muito .Aguardo resposta
Obrigado Luisa
tive oportunidade de assistir a uma palestra de marina colasanti numa jornada literária, e realmente ela é inigualável...escreve sobre temas atemporais, universais...bjs a todos!!
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