"O mundo do faz de conta lado a lado com a realidade"

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

:: ADMIRÁVEL MUNDO (NEM TÃO) NOVO


Espelho, espelho meu.

por Lorreine Beatrice

Pensar na tradição oral é imaginar quase sempre a mesma cena: antigos povos ao redor da fogueira, narrando seu cotidiano de caça e sobrevivência, clamando por deuses e tecendo histórias para explicar o pulsante mundo ao redor.

Se dermos um pause na cena e observarmos com devida atenção, veremos que há um aspecto comunicacional nisso tudo: a mensagem – ou seja, a história contada – não precisava de um meio, ia diretamente da voz do emissor aos ouvidos do receptor. O feedback podia ser instantâneo e os ruídos mais facilmente reparáveis.

Ainda se dermos um zoom para observar as expressões daqueles humanos ao redor da fogueira, veremos que tal proximidade entre o emissor e o receptor garantia um jeito único de narração.

Depois, foi como se o homem saísse das cavernas e partisse rumo à civilização, ora em câmera lenta, ora em fast motion. Com a chegada da escrita, em especial, da imprensa de Gutenberg, as narrativas se espalharam pelo mundo e foram, aos poucos, ganhando outros meios para ligar emissor e receptor: livros, revistas, filmes, telenovelas e até a internet veio dar uma forcinha (ou uma grande força).

Chegou quase como coadjuvante, mas ganhou ares de protagonista. Tudo porque a web, além de facilitar a propagação de diferentes manifestações narrativas, coloca emissores e receptores em contato quase que direto, em blogs, redes e portais.

É que a narração é algo que evolui conforme o ser humano e o jeito dele se comunicar. Simples não? Mas o “the end” ninguém sabe onde dará.

Lorreine escreve para o Mundo Fabuloso todas as quintas-feiras na seção “Espelho, espelho meu”.


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