"O mundo do faz de conta lado a lado com a realidade"

quinta-feira, 20 de março de 2008

:: A MESMA FÓRMULA EM DIFERENTES SOLUÇÕES

Espelho, espelho meu.

por Lorreine Beatrice

Ao longo dessa trajetória de estudos sobre os contos de fadas, já percebemos que eles se manifestam na linguagem publicitária de duas maneiras preponderantes: as mensagens que reforçam determinados valores tradicionais das narrativas ou as que simplesmente as contestam.

Uma campanha interessante que ainda não passou pelo Mundo, foi a de lançamento do Pepsi Max, o refri sem açúcar da Pepsico (e olha que ele apareceu bem antes por aqui do que a rival Coca Zero).


Gosto de imaginar o brainstorm feito pelos caras para chegar no conceito. A analogia entre açúcar-condimento e açúcar-sentimentalismo-bobo é não só interessante quanto adequada, em sintonia com o público e produto. Mas não nos enganemos: a história diz exatamente o mesmo – quem toma PepsiMax é muito mais cool.

Outra característica freqüente é pensar que os contos de fadas são usados para explorar razões emocionais ligadas a produtos ou serviços – o afeto entre príncipe e princesa, o final que mesmo variável é sempre feliz e todas as outras coisas que você conhece bem. Em alguns casos, porém, o uso dos contos de fadas pode estar permeado por características racionais. Um dos casos em que isso se manifesta de maneira evidente é nesta campanha para o Mega TIM, que divulga determinados descontos especiais.

É claro que os contos de fadas não são solução para todo problema ou servem de recurso criativo para qualquer situação. Mas não precisa ser nenhum Einstein pra perceber que conhecer essas narrativas primordiais nos dá possibilidades, abre portas e caminhos na hora de criar e persuadir.


Lorreine escreve para o Mundo Fabuloso todas as quintas-feiras na seção “Espelho, espelho meu”.

e-mail: lorreinebeatrice@gmail.com


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